Olá galera, eu me chamo Matheus Fantinel e esse é meu primeiro texto para o eShowBox. Como recentemente terminei de
ver a série Dexter e ela ainda está fresquinha na minha mente, decidi fazer uma recomendação dela. Espero que
gostem!
Dexter é (foi) uma série de TV que
começou a ser exibida em 2006 e chegou ao
fim após 8 temporadas. A série é sobre Dexter
Morgan, um serial killer que caça outros
assassinos.
Durante o dia, Dexter trabalha como
analista forense na divisão de Homicídios da polícia de Miami,
cidade onde toda a série se passa.
Seu trabalho o ajuda a se manter informado sobre assassinos e estupradores que
burlam o sistema e não pagam pelos
seus crimes.
O legal disso é que lendo assim, Dexter parece uma boa pessoa, afinal ele está nos livrando dos verdadeiros bad
guys que matam inocentes, porém Dexter é um psicopata, ou seja, é incapaz de sentir empatia e de distinguir o certo do errado. É aí que entra um
dos pontos mais importantes da trama. O seu pai adotivo, Harry, era detetive da
polícia de Miami, e começou a perceber as tendências de Dexter a se tornar um assassino. Para lidar com isso, e
também para lidar com a frustração de ver bandidos escapando da justiça por “detalhes técnicos”, Harry passou
toda a infância de Dexter o
ensinando um código de conduta,
uma maneira de Dexter lidar com seus impulsos sem fazer mal a inocentes,
eliminando apenas as pessoas que merecem morrer. Harry também ensinou Dexter a não deixar vestígios, se mantendo invisível para a polícia para nunca
acabar no corredor da morte. Tal código é chamado na série de “O Código de Harry”, e é tido por Dexter como algo sagrado, algo que deve seguir sob todas
as circunstâncias.
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Ao fundo, as fotos
das vítimas do assassino. Embora não tenha consciência do certo e do errado, Dexter gostava de mostrar ao assassino o
que ele fez e porque ele merece morrer.
Antes de prosseguir, algo tem que ficar
claro: a primeira temporada da série(que é baseada no
livro Darkly Dreaming Dexter) é, digamos, diferente das outras sete. Ela é focada no “lado negro” de Dexter, que genuinamente dá medo, com a grande atuação de Michael C. Hall. Você realmente acredita que o cara é um psicopata só olhando pra
ele. A primeira temporada pode muito bem ser assistida sem a necessidade de ver
as seguintes, pois possui um final bem acabado e sem nada em aberto(a última cena, inclusive, deixa bem claro o quão fucked up é a mente de Dexter). Porém, se você deixar de
assistir as próximas, vai
perder uma grande viagem pela mente de um dos melhores personagens já criados.
Nos primeiros capítulos da segunda temporada já se percebe que o foco da série muda. A partir daqui, passaremos a ver as vulnerabilidades de
Dexter enquanto ele tenta criar seu disfarce; a “máscara”, que ele
usa todos os dias, para esconder sua verdadeira identidade e sobreviver. Vemos
suas tentativas em manter relacionamentos com colegas de trabalho, com sua irmã, e até mesmo amorosos.
Se relacionamentos já são complicados para pessoas normais, imagina para um psicopata que só consegue fingir se importar com os outros?
E então entra uma tensão que se mantém durante toda a série: Dexter
tentando manter seu disfarce enquanto tenta canalizar seus impulsos(que ele chama de Dark
Passenger) em assassinos, tudo isso sem ninguém descobrir quem ele realmente é. Essa tensão é criada de forma genial, gerando situações incríveis que você fica roçando os dentes
pra ver como vão se desenrolar.
Mas a série não tem só o Dexter como grande personagem. Alguns, como sua irmã Debra Morgan, são extremamente
bem trabalhados e você realmente se
importa com eles. Outros nem tanto… Porém toda temporada
adiciona algum personagem interessante à trama, mantendo tudo novo e evitando a mesmice. Além dos personagens “bonzinhos”, a maioria das temporadas possui um vilão principal. São geralmente
outros serial killers, e todos com características únicas, que nos
fazem amá-los e odiá-los, além de adicionarem
ainda mais profundidade à personalidade
de Dexter, que vive se questionando e tentando aprender com suas vítimas.
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Porém, como quase toda série, Dexter
possui seus defeitos. Algumas temporadas na metade do caminho parecem não saber exatamente onde querem chegar, e acabam sendo
desnecessariamente longas. Algumas são praticamente irrelevantes à trama principal, sendo apenas histórias paralelas que começam e terminam na mesma temporada, e depois nunca mais são lembradas. O final da série também foi bastante
criticado por todo o mundo, mas na minha opinião foi um final adequado, nada incrível mas também não ruim(mas recomendo lencinhos de papel quando assistir).
Os mais exigentes por realismo podem
encontrar um problema em algumas situações, onde as coisas são resolvidas com
uma boa quantidade de sorte pelo protagonista,
mas se você não ligar pra isso, verá que isso torna as coisas ainda mais fantásticas, deixando as emoções à flor da pele.
Dexter lida bastante com o psicológico, fazendo questões que nos fazem
pensar. Com o tempo, o lado serial killer dele deixa de ser “que legal um psicopata badass matando assassinos de uma maneira
badass”, para ser uma analogia do “lado negro” que há em todos nós. E todos nós usamos máscaras em nosso
cotidiano, sendo simpáticos quando
estamos de mau humor, ou dizendo que está tudo bem quando estamos tristes, entre outras coisas. Felizmente,
isso é apenas uma analogia, e não somos tão ferrados quanto o Dexter.
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Concluindo, Dexter é uma grande série, que sabe
como te prender(embora às vezes se perca
no meio do caminho) e é acima de tudo
uma grande história representada
por atores incríveis. É obrigatória para
qualquer fã de serial
killers, e mesmo se você não for, você ainda deve
assistí-la. Sério, vale a pena.
Por Matheus Fantinel